2.1.14

copper girl // miúda-cobre

__________________________________________________________________________________________________________

22/11/2013 + 01/01/2014


[EN + PT] copper girl // miúda-cobre.  
poema-puta & poema-paneleiro //

// g. hocquenghem, k. hanna, d. wojnarowicz, k. acker... //

 // for fags & for feminists.
__________________________________________________________________________________________________________

copper girl
"any appearance of the individual heart
is a political occurrence."
-- kathy acker

"the revolution did not happen 
for the sake of prostitutes and homosexuals."
-- colonel galvão de melo

1.

caffeine starcluster of morningache and out of bed and right into boyhood right to rip it sunrise: much milkred: hatred sent. a book incidental & pierced sentimental: she is rather good. today twinkpunk blocks of roving queers flock to the corpse of a geometry because she said so. says to them: "it has teeth to better test your flow so you best preserve your lucifer shreds on silver platter, so as to provide them poison-like to the luminous presences of manpower and mandible. also, fuck everything but the burning heart."

2.

goes to best spot to create her scene, left eye clouded to shitstorm again. has done away with drafts of father's discourse: that which is word for shit and fear which is word for falter; out with that which is word for. destroy: daddy stem, cut cut men as in, cut shit and cut death down. shouts: "if your body has not torn its nerves open to then find its black cores marble-cracking on street paved with impatience and the stomach-turned populations of these skins then you need to shut the fuck up about who i give my body to."

3.

other-girl hears the good news and adds: "also, best pay attention to the licking of the flame. desire is harsh; tends to sway way past waste the page and onto wake the wind up to you. and though we differ on politics and mother-parts, on skins and their counter-parts too, this map is still clear as a scream as a sigh."

4.

note then that the precariousness of brown punctures rest-assured her fight monotone; a manyforced piercing is required to even start making sense of this and rage is a start and perception and favour to self. demanding retribution, dearth now blooms for most plus: manifesto for pretty boys breaks through. blast powers, black powers, non-powers trickle.

5.

meanwhile carnation conservatives silence fag and whore in favour of phallic their communal, such bullshit. she come counter the sound of their ripped mouth pundits with a live rendition of chipcore porn so as to delete their redundances: this is not diplomacy: his cunt has claws deep in it. because yes, going back to portugal she chose to be a boy for another nine months and his mouth was then full of powers and needs; this boy with shades of dick for every circumstance, face and papers summer-bruised, steps on mouth much with want faster than fall: so violent.

6.

fades to four-minute slut so as to crash their cuntcracker complex. turns to crowd of clash-lips: "so pretty you, all you girls so abyss goliath: so ready to gorge. am grateful for sex, friends and failure as i sit and drink little fennec's phoenix piss so as to harness heart & fist." lips licked, having not very eagerly hummed notes on the ego, she adds "basically, now that it's safe to say that high art equals low bass, i expect most quarrels of the cunt to come forward all clever and leporine, tumbling and laugh-like."; various unserious things ensue.


7.

other girl back to a joy and a jag, cries "kisses to you who are false and fun, kisses to the death of the very unworth of whatever works one-way". like copper girl and like any fag, her belly so full of burst the latent, the liquid consistency of riot and of rip it. there goes the rythmic art of ragged laugh for the just-right tone of her red act; there goes the she-gorge-too to grasp the loss of rabid possibility: a poem about rage.

8.

rage which wrecks the nerve forever in the after-may of the fawns.


9.

rage so that lacks die out & good morning, gorgeous.
miúda-cobre
" qualquer aparição do coração individual
é uma ocorrência política."
-- kathy acker

 "a revolução não foi feita 
para prostitutas e homossexuais."
-- coronel galvão de melo

1.

cacho estrelas cafeína de dor matina e cama fora fuga directa ao ser-rapaz + directa ao rasgá-lo alvorada: muito o leite encarnado: ódio enviado. um livro incidental & perfurado sentimental : ela é bastante boa. hoje blocos twinkpunks itinerantes de paneleiros colhem o cadáver de uma geometria porque ela assim ditou. diz-lhes: "tem dentes para melhor testar o vosso curso por isso, isso: preservem os vossos pedaços de lucifer em bandeja de prata, de modo a proporcioná-los tipo-veneno às presenças luminosas de mão-de-obra e mandíbula. & mais: que se foda tudo que não o coração ardente."

2.

segue ao melhor lugar para criar a sua cena, olho esquerdo de novo aceso à merda-tormenta. despachou os rascunhos de discurso do pai: aquilo que é palavra para merda e medo que é palavra para falhar, fora com aquilo que é palavra para. destruir: o caule-pai, cortar-cortar homens, tipo cortar com a merda e cortar com a morte. grita:  "se o teu corpo não rasgou os nervos para encontrar os seus núcleos negros mármore-quebrantes na rua pavimentada com impaciência e as populações de estômago torneado destas peles então precisas de calar a merda da boca sobre a quem dou o meu corpo".

3.

miúda-outra ouve a nova e adiciona: "também é melhor prestar atenção ao lamber da chama. o desejo é duro; tende a partir para lá de desperdiça a página e ao despertar da vento a ti. e apesar de diferirmos nas nossas políticas e partes-mães, peles e contra-partes também, este mapa é ainda assim claro como grito calmo como suspiro."

4.

notar então que a precariedade das cores pontua assegurada a sua monótona luta; um perfurar multipotenciado é necessário para começar sequer a fazer sentido disto e a raiva é introdução e percepção e favor à própria. exigindo retribuição, a falta floresce agora para a maioria e mais: desbloqueia o manifesto do belo miúdo. poderes-rajada, poderes negros, não-poderes rasgam caminho.

5.

entretanto conservadores do cravo suprimem paneleiro e puta a favor de fálico o seu comumal, merda total. vem ela contra a canção dos seus peritos boca-partida com chipcore-porno versão ao vivo, de modo a apagar os seus abatimentos: isto não é uma amabilidade: a cona dele tem garras de fome bem fundo. porque já de volta a portugal ela vira rapaz por mais nove meses, a boca então cheia de poderes e pedidos; este miúdo com tons-sombra de pau para cada composição, rosto e papéis em nódoas de verão, pisa boca muito com afecto ainda mais apressado que a quebra: tão súbito.

6.

passa a puta quatro-minutos para quebrar o complexo colapsa-conas deles. vira-se à multidão de lábios-conflito: "tão bonitas vocês, todas vocês miúdas tão abismo-golias: tão abertas a devorar. devo muito à foda, amigos e fracasso enquanto me sento e bebo mijo-fénix de raposa-menor para postular peito & punho." lábios lambidos, tendo não muito convencida cantarolado notas sobre o ego, acrescenta: "basicamente, agora que é seguro dizer que arte-maior equivale a baixo-menor, espero ver resolvidas a maioria das querelas da cona, vindas à frente vespertinas e leporinas, rolando e tipo-riso"; segue-se pouco de sério.

7.

outra miúda de volta alegre & entalhe, elogia: "beijos para ti que és falsa & divertida, beijos à morte do próprio não-valor do que possa verter por uma só via."como a miúda-cobre e como qualquer bicha, a sua barriga está tão cheia de rebenta o latente, a líquida consistência de motim e desmancha-o. aí vai a arte rítmica do riso rasgado para aquele-mesmo tom de acto encarnado; aí vai o engole-ela-também para captar a perda de possibilidade raivosa: sobre a raiva, um poema.


8.

raiva que pulveriza infinitamente o nervo no meu pós-maio dos faunos.

9.

raiva até à morte do bloqueio & bom dia, coisa bonita.

Sem comentários: